quinta-feira, 14 de junho de 2007

- O Reino -



Sou rei de nada

de trono e enfeite falso

Sou rei descalço

Avesso a essa fidalguia


Meu condiscípulo e colega de cantoria,

pra que lhe ensinei os fundamentos da lírica se

as paredes do castelo tem trinta metros de largura

se por uma légua e meia de altura tu soubesses


que o início da sabença é ser errante

Tu, homem de artifícios tantos

Na semana, um alfaiate, homem ilustre de família e tradição

No sábado, caído pelos cantos, como os nobres na revolução


êêê tonteio da mente abrasada na estrada

Matanças e morrências nas poeiras velhas

Suores soltos nas estradas férreas


No caminho das pedras envelhecidas pelo tempo e pelas chamas.



3 comentários:

Anônimo disse...

isso fúria fui ali fechá a farmácia

(compra um remedinho tarja preta)

omnia in uno disse...

o errante é rei, rei sem reino, dele é o mundo

Anônimo disse...

reverência ao ritmo
deste rei errante
retiro meu riso e revelo:
esfarrapados retrógrados
roem os restos da rainha

Marechal Carleto Gaspar 1841

Marechal Carleto Gaspar 1841