domingo, 16 de setembro de 2007

Sob o Café de Portinari


A terra e o pó sepultaram a manhã que inventei

apagaram e deixaram erma de sentido

os tocos calcinados cantaram como espíritos de horror

e seu coro aspirava a inundação seca pela boca


tudo nesses homens brônzeos está oculto pelas sacas

resplandece tão somente uma aura de incêndio

uma garantia de velhice reservada para a vida toda

um áspero santuário do trabalho sobre as costas


o feitor de gola rubra e flamejante língua, ele próprio cativo,

cruel com a moça dos pés inchados que sofre sobressaltada,

atravessa de olhos baixos a fúnebre dança das cicatrizes


Estilhaços de sangue como pétalas de trêmulas vidraças

Arrancados do espaço como signos na tela do pintor

ó escuro, tumultuado escuro dos céus, nos responda:


a que deus podemos aspirar?



2 comentários:

Anônimo disse...

a liberdade descortinada as pressas tem o brilho da cegueira ,os olhos atentos para as tentações nos curvam tais caminhos retos,nos deixando a merce de instintos e ouvidos enevoados pelo ranger da duvida,a questão que sempre cava borrando como chuva qualquer maquiagem que pintamos o indisivel (vulgarmente tratado de vazio),os idolos venerados não passam de nomes multilados pela mão de seus adoradores,e os que cairam do paraiso rastejam pedindo votos ou esmolas,as doutrinas viram a bengala afiada que conduz os passos depois de nos invalidar as asas,como um carrasco a gritar nomes santos no momento de nossa castração honrada,nos permitindo orar as horas lapidando nossa propria lapide,pedindo a deus desiluzão....

Anônimo disse...

a liberdade descortinada as pressas tem o brilho da cegueira ,os olhos atentos para as tentações nos curvam tais caminhos retos,nos deixando a merce de instintos e ouvidos enevoados pelo ranger da duvida,a questão que sempre cavamos em baixo de nossos proprios pés, borrando como chuva qualquer maquiagem que pintamos o indisivel (vulgarmente tratado de vazio),os idolos venerados não passam de nomes multilados pela mão de seus adoradores,e os anjos que cairam do paraiso rastejam pedindo votos ou esmolas,as doutrinas viraram a bengala afiada que conduz os passos depois de nos invalidar as asas,como um carrasco a gritar nomes santos no momento de nossa castração honrada por uma benção,nos permitindo orar as horas lapidando nossa propria lapide,pedindo a deus desilusão....

Marechal Carleto Gaspar 1841

Marechal Carleto Gaspar 1841