segunda-feira, 18 de junho de 2007

- Eu e Álvaro de Campos -

Ao vivo no calçadão de Copacabana


Rio de Janeiro profundamente Boreal

dezoito de junho do ano de dois mil e Sete

Primeiros quarenta e dois minutos do dia

Melhor da madrugada


Grandes são os desertos

E deserta está a praia

Grandes são os desertos e no calçadão não há ninguém

Grandes são os desertos

E deserta é a poesia

Grandes são os desertos,

Minha eloqüência inspiração


Mas vou definitivamente arrumar as malas

É que o dia deu em chuvoso

No escuro da primeira hora do dia

Tudo fechado e tenho sede

De guarda-chuva listrado branco e preto

Vou gritando na Figueiredo Magalhães


- Dêem-me de beber, porra! Eu sou do Leme!


O renunciar de todas as janelas que estavam abertas

Se eles tem a cachaça guardem-na

Vou embriagar-me em Bicarbonato de Soda

Desconsolação na epiderme da alma

Afinal é tão pouco provável

Ser Borges ou Saramago


Graças a deus que estou doido

Com uma saudade prognóstica e vazia

Com uma náusea física da Avenida Prado Júnior interior




2 comentários:

Anônimo disse...

,acendo outro cigarro e descanso
meus olhos fundos nesse encontro,
estás em boas mãos,caro Carleto. saudades de Álvaro que noutra vida, certamente trocou tavira pelo Leme. fito da Gustavo dois grandes poetas no deserto,rumo ao opiário:

omnia in uno disse...

não te é difícil ser nenhum outro
és o outro e o mesmo

Marechal Carleto Gaspar 1841

Marechal Carleto Gaspar 1841