terça-feira, 17 de abril de 2007

- A providência -

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É tarde no sábado da cidade-satélite


Estou levantando a minha herança

Estou levantando a velha casa

Estou levantando a ruína dos bisnetos

Estou levantando numa cor ocre romana


Estou levantando


Sentado detrás do seu balcão prateado

o repórter elétrico anuncia em voz alta:


“A reunião do Copom aprovou hoje

- com unanimidade -

um aumento de 0,25 na taxa Selic”


O careca reclama, o motorista não liga, eu observo


Sozinhos a passos de trote

toxicômanos passeando nas vielas

esculpidos seus negros seios nos pós de giz

agredidos pelo mármore nas faces brancas do nariz

Cultuando deuses-espelhos


notas

cartões de plástico

giletes


riscos

meiotas

Filetes

alva antítese cromática dos homens de vício


(Branco para os hindus só se usa em dia de luto, no réquiem remoto dos astros vencidos, no açúcar disperso das esferas tingidas, marchando sob divisões Panzer do nordeste polar)

O espírito que tomba da antena

Em Beirute

O menino de cabeça rachada na Laje


em São Paulo

O corpo tombado na calçada quebrada

em Milwaukee


Ele Caído, um pouco abatido

Eu cá me levanto e ajudo


(Estou levantando)


- (...) ; (...) -


- Chega o domingo pronto na cidade-satélite -

- Chega um domingo pronto nascida de satélite -


domingo

pronto


- nacidadesatélite -




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2 comentários:

gigi_lcz disse...

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Anônimo disse...

Firme no LEME, marinheiro

Quem se benzeu no Rio do Inferno
Não teme o frio dos invernos que virão...

Dez...

Marechal Carleto Gaspar 1841

Marechal Carleto Gaspar 1841