I
A fumaça no sertão
Fala como morte nos rios
sertanejos
Fala como os rios de um dia
reinos do amarelo
O sol em Pernambuco urbanizado
Murilo Mendes segue os rios
Ouvindo
A falar sério com as coisas
II
Museu de tudo
Esse habitar no tempo
Rios sem discurso, ele diria
O museu de Pernambuco na baixa Andaluzia
No bar sem um meio de transporte
Resolve então jantar com os desembargadores
O Sol no Senegal lembra as águas do Recife
E mesmo sem a luz isso não se explicaria
III
Doença do mundo físico
Número quatro da escola de Ulm
Pergunte a Joaquim Cardozo
Sobre a fábula de Alberti
Sobre romances de barbante
Sobre o níquel, o alumínio e o estanho
Diante da folha branca
Debruçado sobre os cadernos
Leio o ultimo poema de Elizabeth Bishop
6 comentários:
Identifiquei alguns títulos do João Cabral. É este o poema que vc disse que iria escrever?
De qualquer forma, o número I é ótimo, autosuficiente!"A falar sério com as coisas".
é aquele
misturei os títulos e aguns versos dos poemas respectivos
ia postar só o um mesmo
mas resolvi jogar a imperfeição dos quatro
Fala fita ta sumido do asfalto...
Ta bom o blog, quando vai sair o volume 1??? botei um link na minha pag.
Braç
valeu feroce
é nóss
vamu armar nesse verão aí
Bração!!!
demais o tempero deste banquete imaginario das letras celestiais !!
Soprava sobre a planura da seca
pesado e grosso bafo de amargura.
A cantoria imprimia lerdeza
aos passos do cortejo de ranhura.
De cacto em cacto as vozes tropicantes
marejavam de tristeza até o talo
o gargalo e o olhar tornando o ser
tão um mar de lamento e lama: vale
lacrimoso navegado com mastro
duro erguido do lombo do jegue
(asno magro de penúria do pasto).
As inselências percorriam léguas
medidas no trajeto do cansaço
dor de pedra furando sem dar trégua.
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