sábado, 13 de outubro de 2007

Tapeçaria das paisagens


Fui outrora um califa em Samarra

casualmente num sonho destacado

como artífice dos povos e misérias

ministro-chefe dos portos e arados

Ergui bebedeiras às margens do mar Cáspio

para manter em fevereiro a Belém alvoroçada

no alto do campanário eu mirava a retomada

das ruas estreitas entre a cidade de damasco

Ao longe um viking em seu Drakkar sobre os recifes

nas masmorras torturando o Parmênides de Eléia

e ele gritando que o mundo é assim, uma odisséia

e Empédocles de Agrigento dizendo que não era

Eu sou fui e serei sempre esse mar de ondas agitadas

ancestral das planícies como os graves precipícios

iluminado desassossego da ilustração contente

onde fui encontrar as minhas horas mais felizes

Ninguém é eu, ninguém é você

não posso ser ele, ele ser eu

isso na infância é como ser você

a longa espera de José no poço

.

6 comentários:

omnia in uno disse...

vai charles , , ser anjo na vida !

...................................

me senti o alladin , , aladin sobrevoando as palavras tuas no tapete mágico que estampaste com tanto esmero...... esse tá muito lindo, meu caro!

Anônimo disse...

O passado de tudo que vislumbrei
ambrange em minha memória incontaveis portos maritimos ou celestes que eu tenha vivenciado ou simplemente esquecido que outrora fosse sonho.Andei ao lado de vagabundos e marechais,tratando todos com o mesmo olhar,muitos se perguntavam o que será que eu queria ou que queria ser....realmente eu queria ser,troquei meus trajes cerimonias herdados pela minha familia em alexandria,(deve ter sido pilhado pelos gregos em jerusalem)e parti em direção ao sonho do opio ,da musica e do cheiro do mistério...
cavernas em Marrackesh(num sei c é assim que escreve ,mas a 8 anos que eu não via um papiro para transformar meu sangue em relatos..),becos insipidos em xangai,estacionamentos gigantescos de shoppings em bombaim,vi muitos dentes na falta de rostos de vice versa...as palavras foram meu maior fardo dentre o tempo de minha inquietute peregrina,deixar para algo mundo,para que o mundo engula no fim dos tempos,e no esquecimento de minhas atitudes,a redenção daquilo que nunca quis....
virarei palvras,talvez um personagem que obscurece nas quinas do tempo e da história,um gorki,um cienfuegos ou thelonius,um mahavishna qualquer sem rosto como sub comantante marcos,serei lembrado como um solitario lobo em sua estepe,ou como um tom bombadil sorridente e sem forma,dormirei para junto ao sempre com tudo invivi e que por aqui agora transborda...

Anônimo disse...

retribuo o elogio marechal

TATUDOMINADO !!

oficial destacado Campos Bastos

Anônimo disse...

Não sei como você chegou lá nos 7Novos! Mas volte sempre! Tô delirando aqui no Alladin Pai de Santo das sensações humanas!

7D.

Unknown disse...

Carleto! Quem escreve no blog http://ossetenovos.blogspot.com/
são os sete novos! vá em www.ossetenovos.org e descubra tudo sobre a gente. Eu sou o 7D. (Domingos Guimaraens) Grande abraço!

Anônimo disse...

é Marechal, o neg-ócio é historiar..

"Veio para ressuscitar o tempo
E escalpelar os mortos, as condecorações
As liturgias, as espadas,
Os espectros das fazendas submergidas,
O muro de pedra entre membros da família,
O ardido queixume das solteironas,
Os negócios de trapaças, as ilusões,
Jamais confirmadas nem desfeitas.
Veio para contar o que não faz jus a ser glorificado
E se deposita grâmulo
No poço da memória.
É importuno.
Sabe-se importuno e insiste
Rancoroso, fiel."

("O Historiador", Carlos Drummond de Andrade)

Marechal Carleto Gaspar 1841

Marechal Carleto Gaspar 1841