terça-feira, 30 de setembro de 2008

Estio

.
Assim,
sem qualquer
clima verbal
de recriar
uma epopéia
de casais separados
barcas
sem motor
implorando
generosidade
às velas

Assim
de secura
extrema
nas entranhas
sem nem
vinagre para
cerrar as
janelas
sem uma
donzela
pra comprar
uma caixa
de cerejas
alguma seta
para indicar
o caminho de
Aleppo
.

8 comentários:

Átila Siqueira. disse...

Gostei do poema, muito profundo. O tema me parece falar de solidão, desse sentimento em sua plenitude.

Adorei, parabéns pelos versos.

Um grande abraço,
Átila Siqueira.

p. disse...

esse poem ja tinha sido postado no blog ou eu li no abyssinia ? ou eu to viajando ??

Carleto Gaspar 1797 disse...

eh inedito, mas eh da linha do basra

Carleto Gaspar 1797 disse...

Ah não, é pq no livro e no blog, tem um poema que chama Stio, esse chama Estio, mas podia achar um nome melhor, é pq o poema fala de estar na seca criativa, não ter nada novo pra escrever... e qnd nao se tem nada novo pra escrever, o que fazemos???


Saqueamos!!!

p. disse...

pode cre era isso mesmo,
não sabia se havia lido
até pq sou muito sequela
mas até que dessa vez tinha
alguma coerencia ..

pat werner disse...

nas mucosas o descampado
sem qualquer sulco para
cessar a sede.

gostei muito!

beijo

Clara Cavour disse...

quando a seca vem, a gente reza pela chuva...

o enquanto é oco.

Anônimo disse...

Vlw Kaváfis!!!!

abração

do amigo

Konstantinos

Marechal Carleto Gaspar 1841

Marechal Carleto Gaspar 1841