
na flor silvestre a celeste amplidão
segura o infinito em sua mão
e a eternidade num segundo.
1 - Retornar os carros de boi às paragens de trem obsoletas
2 - Começar a chover bem cedo apenas no rio vermelho
4 - Repousar os abandonos na prateleira do cipreste
5 - Dançar como um urso nas rochas de azul estragado
6 - Invejar as pedras as cidades os peixes e as correntezas
7 - Escutar nas ruas até certa hora os silêncios com brandura
8 - Separar do gelo as cordas o sal o arpão e os mapas da estepe
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Vokri eskia
Muromu drepo
Rapaék sojôs muraka
Sanpô arfien ussê gospré
Zonãsdi édostiê
Edáxa êm kasse
E ciagênli tein kapól
Uso-ed garfre es draspe ãngem zapai
Rátessôi ciatã porin
Rapa usme mões pul nosnig beh?
Uo rãogi sur vosti tansubs dokuan
Mos sarpa lope zalpinka?
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Para o Cristo Baiano
O ter relevo, posição e estampa
condição, um norte, um futuro
esmagam os homens como um martelo duro
e a ferrugem com o tempo se agiganta
Ouve a voz do trovador que canta
caminhando assim em pura lentidão
ao dedilhar as cordas de seu violão
sabendo que o norte é geográfico
Por sorte, Cristo, há futuro menos trágico
de viver talvez de um trabalho mágico
que assista todos os pores e marés
mas ainda insistem a dizer que devo
pelas pedras seguir cortando os meus pés
(sempre um chão sob os pés mas sempre longe do chão)
: ser em pessoa e relevo
todo o vale do rio são francisco
ser em relevo a pessoa
que povoa todas as escarpas
e serras do sincorá
Ser em Pessoa toda a Bahia
e seus calangos no mato
ser também um ser de fato
que em lentos contornos
imite nosso vasto continente