segunda-feira, 2 de abril de 2007

- Canto Báltico I -


I


No Garimpo além

Minha mãe é a Rússia inteira e mais a Ásia

Não há palavra a orar

Só o que me alcança é ver e prezar


O estrangeiro se recolhe no banheiro da pensão discreta

De rochas em pontas e pias papéis alface

Vinte metros até a próxima emboscada

O rastafari guarda

cantando segredos a pantera intrusa


Dois charutos magnos

Todos cantando Nice Time

O rastafari refrigera os peitos


Acende

Um fósforo

Uma fresta

A Fera foge ferida a ferro

E Segue cantando o fogo


Brigas de faca

Tocaia na curva oportuna

Cantando putas ensebadas

bebedeiras festas sujas

Dançando manhãs folgadas

Fortuna finadas faustos deslizes


Sulcos profundos insinuados nas dragas

Campeonatos de baralho nas paredes descascadas

Cantando Estátuas embaixadas, bares vícios pragas

Bastardos do esplendor das minas velhas

Arruinados nas florestas secas e etéreas


Mortos no Cativeiro sinfônico

Apodrecidos já nascidos

Crescidos fundo nos abismos

Mais velhos que os santos homens santos da Mongólia

Cantando decerto um Chico Buarque de Holanda das Estepes

Com Latas de Skol meio vazias meio cheias por toda Banda Oeste


Vai minha canção, vai por sobre as Serras do país!

Vai Sacro Império fantástico das tribos do semi-árido...

Narrativa de fogo e tempestade nas Bahias do agreste

Matita Perê imortal o Aleph Rosa da Cunha Sertão

Patroa descansando acesas velas cendidas no capoeirão

Velas pagadas em Pinhos de Riga manguezais e touros


"A crítica literária apenas mais uma triste ciência social"



H.B.



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2 comentários:

Anônimo disse...

ao sul dos apeninos tento lhe escrever um pergaminho porém o queimo , não me faltam recursos ; como poderia transmitir a clareza de minha alma atrvés de incerteza da linguagem ? creio que seria mister algo mais belicoso para que com as barbas molhadas de sangue e vinho sorrisem para abraxas . . .

Anônimo disse...

é do caetano?

Marechal Carleto Gaspar 1841

Marechal Carleto Gaspar 1841