I
No Garimpo além
Minha mãe é a Rússia inteira e mais a Ásia
Não há palavra a orar
Só o que me alcança é ver e prezar
O estrangeiro se recolhe no banheiro da pensão discreta
De rochas em pontas e pias papéis alface
Vinte metros até a próxima emboscada
O rastafari guarda
cantando segredos a pantera intrusa
Dois charutos magnos
Todos cantando Nice Time
O rastafari refrigera os peitos
Acende
Um fósforo
Uma fresta
A Fera foge ferida a ferro
E Segue cantando o fogo
Brigas de faca
Tocaia na curva oportuna
Cantando putas ensebadas
bebedeiras festas sujas
Dançando manhãs folgadas
Fortuna finadas faustos deslizes
Sulcos profundos insinuados nas dragas
Campeonatos de baralho nas paredes descascadas
Cantando Estátuas embaixadas, bares vícios pragas
Bastardos do esplendor das minas velhas
Arruinados nas florestas secas e etéreas
Mortos no Cativeiro sinfônico
Apodrecidos já nascidos
Crescidos fundo nos abismos
Mais velhos que os santos homens santos da Mongólia
Cantando decerto um Chico Buarque de Holanda das Estepes
Com Latas de Skol meio vazias meio cheias por toda Banda Oeste
Vai minha canção, vai por sobre as Serras do país!
Vai Sacro Império fantástico das tribos do semi-árido...
Narrativa de fogo e tempestade nas Bahias do agreste
Matita Perê imortal o Aleph Rosa da Cunha Sertão
Patroa descansando acesas velas cendidas no capoeirão
Velas pagadas em Pinhos de Riga manguezais e touros
"A crítica literária apenas mais uma triste ciência social"
H.B.
2 comentários:
ao sul dos apeninos tento lhe escrever um pergaminho porém o queimo , não me faltam recursos ; como poderia transmitir a clareza de minha alma atrvés de incerteza da linguagem ? creio que seria mister algo mais belicoso para que com as barbas molhadas de sangue e vinho sorrisem para abraxas . . .
é do caetano?
Postar um comentário