sábado, 7 de abril de 2007

- Canto Báltico III -


III


.I.


No mictório de ladrilho azul-piscina

Um vômito de sensações intrusas

Jorrando um mar de caravelas lusas

No toilette imundo uma suína


Metafísica intestinal pós-eterna

Entranhas da humanidade encarregada

Ser cansado, meu ventre uma baderna

Sobre mim uma clarividência na golfada


Através de seus caminhos e atalhos,

ó senhor olímpico do mármore e do Cobre,

Cerdas vivas podres nos cascalhos

Chama de semente turva de alga nobre

Veredas e eclusas para os oceanos vastos

Escrotos lodos nos esgotos rodos pelos pastos


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.II.


Caipora urbano das colunas de aço e montes de brita

Boitatá das vielas penumbras dos Bastos Bosques

O mar vermelho que se encerra, que se ergue aos toques

Carregamento de consolos apreendido na Serra das Antilhas

Animais extintos na Tasmânia desolada


A poesia é o consolo dessa criatura insone

Obcecada com guerras e epopéias

O jogador que sempre quer um pouco mais!

Viciado de veia em civilizações peninsulares

Colecionador de Rios e arbustos pragmáticos

Seduzido pela raça cósmica que esculpi divindades nas encostas

De um Tibet em Ramos ou Irajá


O suplício de Procusto, histórias de fantasma

Espaço tenebroso sob a cama esses tais mitos

Antigos matos escuros, laços dardos lençóis

Estradas turvas nevadas, igrejas ventos sem voz

Nunca o palácio de pedra bandido

O centro de sua nação em outra nação


Portugal ferido, com você uma última vez e

quero lhe falar de assaltos

Já não tenho Deuses para me salvar

Ao homem pós-moderno só lhe resta o ópio


Castelos nórdicos em mercados do Cairo

Festas da alta sociedade na Manhattan dos anos 40

O amor desgraçado na melancolia medieval italiana

A filha virgem do sultão da babilônia que jura por Alah

As matemáticas

Pólvoras

Astronomia etrusca


Cantando Édipo e Enigmas já devorados


Cantando a amaldiçoada lei da vingança privada.


Cantando os heróis mortos no cárcere


O excesso nas drogas

o suicídio


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Um comentário:

Anônimo disse...

seria desespero me encontrar torcendo pra que uma uva passa me sufocasse em uma tosse até a morte ?
ou que na primeira hora da manhã uma pomba desgovernada atingisse minha cabeça me jogando ao chão de asfalto quente para que meu crânio fosse estourado por um caminhão da comlurb ?
preciso de uma guerra - a vida imposta me é odiosa - contar dinheiro não é a minha vocação - torço pra que uma granada de mão estilhace projéteis que liberte - me! distribúa - me aos ares de novo , me encontrei, sou um ser humano vivendo em meio a tatus bichos preguiças topeiras e outros tipo de roedores sem contar com cachorros felinos e outros humanos distraídos convertidos em fauna bestial iludida triste miserável perdida - as horas passam e passo a crer cada vez mais que uma morte em meio a todo esse niilismo material , em meio a essa feira livre sem sentido , em meio a esse pardieiro de signos seria a última coisa que deus poderia fazer por mim , e o pior é que deus não está aqui e eu sigo em busca de - AMOR - nem que ela venha um dia pela minha janela em quanto eu estiver ainda dormindo - lembranças de 3012 a.C. NO CAMPO DE KURU . . . jaya jaya jaya

Marechal Carleto Gaspar 1841

Marechal Carleto Gaspar 1841