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É tarde no sábado da cidade-satélite
Estou levantando a minha herança
Estou levantando a velha casa
Estou levantando a ruína dos bisnetos
Estou levantando numa cor ocre romana
Estou levantando
Sentado detrás do seu balcão prateado
o repórter elétrico anuncia em voz alta:
“A reunião do Copom aprovou hoje
- com unanimidade -
um aumento de 0,25 na taxa Selic”
O careca reclama, o motorista não liga, eu observo
Sozinhos a passos de trote
toxicômanos passeando nas vielas
esculpidos seus negros seios nos pós de giz
agredidos pelo mármore nas faces brancas do nariz
Cultuando deuses-espelhos
notas
cartões de plástico
giletes
riscos
meiotas
Filetes
alva antítese cromática dos homens de vício
(Branco para os hindus só se usa em dia de luto, no réquiem remoto dos astros vencidos, no açúcar disperso das esferas tingidas, marchando sob divisões Panzer do nordeste polar)
O espírito que tomba da antena
Em Beirute
O menino de cabeça rachada na Laje
O corpo tombado na calçada quebrada
em Milwaukee
Ele Caído, um pouco abatido
Eu cá me levanto e ajudo
(Estou levantando)
- (...) ; (...) -
- Chega o domingo pronto na cidade-satélite -
- Chega um domingo pronto nascida de satélite -
pronto
- nacidadesatélite -
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2 comentários:
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Firme no LEME, marinheiro
Quem se benzeu no Rio do Inferno
Não teme o frio dos invernos que virão...
Dez...
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