Onde está o mundo das preces sinceras na província??
Onde fica essa realidade das eras geológicas??
Que fazer de um corpo que é um só?
Sou uma pedra portuguesa jogada na sarjeta
E saúdo a Deus o grande absurdo do mundo
Vivo um profeta Sumério
E escrevo em versos o futuro
Por onde quer que eu atravesse
Estamos sempre procurando abrigo.
Rio de Janeiro começa tudo de novo
“A vida é uma grande feira
E tudo são barracas e saltimbancos
Todos os lugares são o mesmo lugar
Todas as terras são as mesmas
Toda manhã que raia,
Raia sempre no mesmo lugar
Chove muito, chove excessivamente...
Chove
E de vez em quando faz um vento frio...
Estou triste, muito triste,
Triste como se o dia fosse eu”
A.C. 10/12
Subitamente uma febre me toma
lamento não ter estudado mais no passado
Hoje, quero ser puro como um monge tibetano
Levar minhas letras aos cedros do líbano
às palafitas de Belém
Ensinar a mitologia aos povos
Riachuelo, Maracanã
Mudando de estação no Estácio
A milícia embaixo do colchão faz vigília
Legionário, Hoplita, Hussardo
Sou o negro João Cândido a bombardear essa porra de cidade maravilhosa
Era eu, abrindo as portas
Era eu
Pichei muros a vida inteira
E isso nunca foi sem razão
Mas por que faço não sei
Sinto as pernas cansadas
Já não canto e danço como outrora
Na linha vermelha
Atravessando o caju
A guerra é real pra toda mãe
De pixinguinha e Villa-Lobos ao Pagode com churrasco na Vila
“Skol 1 real!!!!”
E assim é a vida
Arregaçar as mangas
E cavar, cavar e cavar
Até encontrar o ouro no fundo
Luz e trevas nos charcos de Jequié
O trem apita em Corumbá madruga
Maré cheia em Mangue Seco venta
A chuva desaba e tudo é água
Sem-Terras Invadem a fazenda do Senador no Alagoas
Piratas, movidos a ópio, manobram 30º para oeste
Franceses abrem fogo contra a vila de Santos
No forte distante, do Morro de São Paulo,
O vigia dorme.
São corvetas, escunas, saveiros,
São traineiras, lanchas, galeras
Amanhã,
Devo vender a casa
Doar os móveis
Ir pra algum lugar longe na Serra
Quem me dera, fossem todos os rios o Madeira
Fossem todas as baías ignoradas
Fossem todas as coisas areia
Oro pelos que migram
Pelos que vivem da terra
Rezo pelos quartos amarelos,
pelos papéis de parede
Pelos que me fascinam
Penso em ti no silêncio
E será o dia:
Você sorrindo à minha alma
Por fim
Abandono devaneios
Romantismos
Mato todos em volta
Conquistamos a muralha nesse meio tempo
Com um sorriso maligno
Levanto o estandarte da vitória
e sou atingido por flechas mortais
Morro pra dizer o que é renascer
Esse é o sistema do Universo
Subo as Agulhas Negras
E espero ser chamado de volta
Penso nos otomanos e em todos os povos das estepes
Nas pedras imensas da arquitetura Inca
Nas línguas esquecidas pelas ilhas do Pacífico
Nas epidemias, pestes e massacres
A conquista da Índia
As guerrilhas no Hindu Kush
As agressões no Moçambique português
Me enjoa esse cigarro de menta
Mas é a droga que eu disponho
Na ficção moram todos os meus êxitos
Amo samba jazz e música cubana
Velas, óleo de cozinha, gasolina e óleo dois tempos,
minha lista de compras...
Um comentário:
Lindo demais...
sentimento muito forte, denso e positivo.
parabéns meu irmão. me sinto parte, me vejo pedaço do prato de comida , vulgo esse artigo 5 sem nome ( aliás, prato de comida tá legal ).
não deixe duvida alguma te tirar desse caminho, não se abale a crítica nenhuma, a menosprezo algum... tu sabe bem disso... e se encontrar barreiras lembre-se daquele dia na prainha em cima da pedra, que assistimos a palestra regida pela mãe mar, nos ensinando o que fazer qd algo está na nossa frente. não pare, não perca seu tempo. avance da maneira q der pra avançar, mas avance, pq teu ritmo vc q conquistou, sua geração de vida é tua, particular... não aborte nenhum vetor, não abandone tuas verdades, porque elas sim são construção de homem digno, não são passatempos de beira de praia construindo belos e atraentes castelos de areia. Disciplina carleto, to aqui pra te segurar se tu se desequilibrar, não importa a direção, o lado ou o local. sempre fiel, sempre junto, pq se não fosse tu pra mim eu não seria eu, e vice e versa... por isso o tenente coronel pinheiro nunca se incomodou em ver o império com o nome de seu comparsa, sempre respeitou, obedeceu e confiou as ordens e as projeções de seu amigo Marechal Carleto...
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