Vícios são caros
Quero escrever o poema da história humana
Vícios são caros e vazios
Cantar em versos os desvarios e desgraças
Vícios são tudo
O frio assassino das terras do ártico
A noite calada dos desertos de pedra
O acender um cigarro quando a polícia passa
Vivem na confusão que sou
todos os gladiadores, assaltantes e profetas
Meu bom-senso é um anfiteatro lotado
Cercado por ursos pardos da Sibéria
Como numa transformação
Empurro todos que estão a minha frente
E a escada monumental que leva ao alto das muralhas
é todo o tempo que me resta
Os homens que caem, agonizando nos ferros e estilhaços
Aguardam em desespero a salvação final
Mato todos que estão a minha frente
Os vícios são caros e perigosos
Incendiar palácios
Derrubar estátuas
profanar templos de deuses pagãos
A manhã seguinte ao saque se torna a mais cansativa
Derrubar paredes com marretas,
arrancar dos tetos as telhas de bronze,
executar, julgar, prender, soltar, cair
Vícios são Bons companheiros
Me toma de assalto uma espontaneidade Viking
Quero queimar, queimar, quebrar e furar
e nada de fundar dinastias, produzir herdeiros.
Almejo ser um rei Vândalo
Derrubando muralhas de cidades virgens ao saque
Conquistar Egitos em semanas sem sol
Ser aclamado libertador nas novas repúblicas
Agora, a partir de ontem
Me declaro homem-santo
Os vícios devoram os homens
E tudo que sobra em mim
é a guerra.
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