.
I
Naum 3 : 7
“Por ocasião da morte de Cambises
Farei eu com que os povos de lábios puros
D’além dos rios do Kush
Escutem a mensagem profética de Naum
Entre outubro e dezembro será já o tempo de se ouvir.”
Filhos da prostituição eterna
Esse é mais um lamento, cantado como lamento!
As cidades Tirânicas impuras roem cada nossa manhã
já a capital da fronteira norte morre em ruínas santas
Amontoados cegos esses reinos de pavor humano
no mercado negro como lixo dos subúrbios que não dormem e não encerram
Ó terra inteira de mundos distintos
Silêncio diante da face desses seus monstros de borbulhar
ali diante de nós as peças da cidade erguidas sobre o crime
e credores que passam e abusam
impunes de quem viola as assinaturas
A vós que abreis caminho pra dentro dos mares
nos dias de trompa e aurora:
A vós devemos ser arautos;
A vós sensatos e confortáveis que ficam em casa
aguardando méritos de outrem para comprá-los
Empilhai-vos e amontai-vos em seus mundinhos de lustres e paqueras
secai ao sol em suas piscinas de cloro e eucalipto
Lamento, cantado como lamento
em terras de Macau a Gibraltar
de Vladivostok a Patagônia
subindo desde o cabo até o Maghreb
II
As cidades entregues as matanças e manchetes
repletas de fraudes comboios vermes e vielas
A mesma seiva dos carros a galope
das vítimas sem conta com grande raiva nas pálpebras
o mundo repleto de imundície e infância
Múltiplas orgias de todas as prostitutas hábeis e sedutoras na organização das nações
Oráculos carregados nas lápides e encruzilhadas e cadeias novas na terra abandonada
São enxames esse tenentes soldados são enxames esses lados viciados são enxames
Sim estou para reduzir a fumaça em seus carros para fundir seus ídolos esculpidos
Esses versos são escudos bravos de tinto vermelho escarlate;
Faíscam e rangem por todos os ferros desalinhados da esteira automática que suga
Investido com uma fúria mecânica e elétrica
me arremesso sobre as praças e alamedas como incêndio
um antro onde se trocam jarras de vinho e cerveja morna
por amuletos profanos de signos e benção
Ruína total das cidades consagradas
Barcelona Londres Leipzig Istambul e Tel-Aviv
Seus êxitos como ganhos de meretrizes
Suas torrentes gordurosas de óleo e contrabando
Suas balanças fraudulentas seus pesos falsificados:
Desgraças desses ceifadores de mansardas
desses príncipes de gala a traduzir finanças
Trêmulos estão os homens que não tem um muro que os proteja
A terra em breve um deserto por culpa de seus desculpados habitantes
Ensurdecidos pelo ouro fácil das serpentes
Seduzidos pelo temor que lhe inspiram seus grandes patrimônios
O mundo se retorce em dor e grita como a mulher que dá à luz sem o parto
Já é uma cidade tão grande que são necessários três anos para atravessá-la
Esse é um lamento, cantado como lamento
Cantado como lama nas ruas descalças lama nas ruas calçadas
lama nas ruas sem nomes sem placas
Lamento de inocência e de assombro;
O corte na barba dos jovens profetas da tarde
O próprio sinal dos tesouros findados
dos sábios desaparecidos todos os sábios
dos bárbaros ancestrais nas casas das avós maternas
de tudo que era assim mesmo devorado nos lanches e muralhas
III
De noite no quarto vazio o noivo e seu par só de sandálias
Gerações longínquas de lamentações e prantos semelhantes
Vai, reclama agora dessa filha da bandoleira
Vai ver que ela ainda se arrepende desses trapos
Vai ver que ela coroa esses teus jejuns essas tuas renúncias
Vai ver que agora esses teus méritos escolásticos vão te servir de alguma coisa...
Vai ver que esse lamento, cantado como lamento,
Não é nem um lamento
Vai ver se se está cercado de alianças muito instáveis
quando queremos ser talvez as tais fábulas estelares
tais avatares de beleza incomum sem juramentos e promessas
Césares de sacrifícios estúpidos que nos louvam a vaidade mas
Que direi eu a meus avós quando encontrá-los?
Que como uvas no deserto, eu cá sozinho ressequei?
Que como a chave que cai pelo bolso da calça, eu me perdi?
Que o sono descia forte sobre mim e eu aquecido já não despertava?
Na terra, no final de tudo, porei fim a todas essas rapinas
Estarei de pé no baluarte
A calçar de terra essas nações em cólera
Os palcos palanques púlpitos tablados altares tribunas estrados,
A insolência das linguagens pérfidas que habitam os senados
Calada a voz de todos os enviados
É um lamento sério, cantado como lamento sério
É um lamento triste e delirante
O dilacerado momento de castigo como fogo ardente
A massa em lamentos avança e fermenta
jorra como luz dos porres destilados e dantescos
Homéricos transviados nos tubos de vacina e aço
pilotando holocaustos de cabelos brancos
desastres revirados como panelas ao fogo
IV
Já nos leitos de trigo e dinares e rublos e sestércios
numerosos os que fabricam dores e seus cuidados
os que vendem moedas pra te cobrar em espírito
aqueles filhos bastardos das chácaras de luxo europeu
vestidos de arrepio, de poeira e de resina
Nus nos rochedos expostos das luxuosas mansões
póstumas tubulações nos aterros e esgotos da Metrópole
ossos de lenha especiarias queimadas e toda a sorte de ferrugens agarradas ao braço
delira o mundo em violentas sensações pesadas
É um lamento, cantado como lamento que passa
um lamento de parábolas e versos de bronze incandescente
versos vigorosos a altura de palácios de cômodos compostos
nações de mercadores e idolatria
terras de sonetos canônicos e liras nas cerimônias
uma nuvem de gente anônima rasgando o mundo
berços gavetas brinquedos e História espinha abaixo no meu corpo
ai ai
ai de ti, ai de mim, ai de nós
Tudo um só rio, uma só onda, um só arrastado horror
e a merda toda misturada à água e aos cereais...
Esse é um lamento cantado como lamento
Lamento abstrato de orgia e assassinato
Lamento do bispo rouco em adultério que aguarda o exílio no cais
Lamento dos vapores que são bandidos em Calcutá e Recife
O Lamento de assombro das gerações vindouras:
7 comentários:
Canônico seja este momento
de profetas, papas, monjes e elfos
Santificai o elcosita, que
ao futuro se mostrava atento!
Delfico seja este lamento
de netos órfãos, mães sofridas
Purificai o novo tempo!
adoração eterna ao marechal,
grande poeta!
sigo ao seu lado, carleto...
é... testamentais essas passagens...
Bom.. Muito Bom!!
Se tivesses nascido tu
500 anos atras
fortuna terias
dias esses
pao, cervejas, trancas e espadas
tudo terias
dias outros Marechal
do imperio que sempre o
sol se tem
tu refletiras:
- para que?
Para meus cidadaos respondera.
- cidadaos? fara sua mente pensar.
Nao sao cidadaos? Gloria a deus, sao tantos!
El edificio más bello de Chichén Itzá
Macao e Goa,
terras portuguesas de outrora
orgulho.
Drogas, sexo, lixo.
Lixo.
Nao vejas isto Marco.
Ondes estas tu,
Polo?
Vamos Migrar todos para o sul da Bahia!!! Nos juntar às hostes de Carleto Gaspar!!!
Postar um comentário